Permanente - Parte VIII

Visita Inesperada

Pádua, 9 de Janeiro, 2010.

- Manhã -

- Júlia Mennone! Júlia Mennone? Acorde senhorita... - uma voz tentando ser amorosa vinha da pessoa que estava sacudindo meus ombros. Eu detestava ser acordada ainda mais quando minha mente tinha registrado acontecimentos estranhos e bizarros. Eu precisava de mais tempo dormindo me preparando para encarar tudo, mas essa mulher não desistiria se eu não abrisse os olhos.,
- Hmm... - murmurei com os olhos fechados evitando a claridade costumeira no quarto pela manhã.
- Senhorita há um jovem em nossa sala de visitas à sua espera. Ele parece ansioso e pelo que constatei é um rapaz moreno e bonito. Alto, corpo atlético e seu sotaque é roman...
- Fabrizio - gritei eufórica enquanto pulava da cama correndo para o banheiro sem deixar que ela concluísse a fala. Eu não estava acreditando! O meu melhor amigo em nossa sala de visitas, um andar abaixo ao qual eu me encontrava e, nem sequer teve a coragem de me mandar uma carta avisando a sua chegada. Eu poderia ter providenciado um café-da-manhã maravilhoso sob as macieiras no jardim lateral da universidade.
- Senhorita, eu sugiro que lave bem os cabelos e vista uma roupa adequada. O rapaz parece ser importante e merece ser bem tratado. - então ela estava preocupada com o status dele? No quanto ele poderia ser importante e no quanto eu teria que ficar "apresentável"? Bobinha... mal sabia ela que o garoto elegante na sala luxuosa era o menino que brincava comigo de guerra de lama às margens de um rio na floresta pouco explorada perto da minha casa. E mal sabia ela que eu e aquele garoto tomávamos banhos sem roupa para tirar, o quanto fosse possível, o barro do corpo. E mal sabia ela que eu e aquele garoto...
- Dona Fausta acalme-se. Ele não veio pedir minha mão em casamento e somos amigos há muitos anos. Não há motivos para toda essa agitação. - falei entrando na água quente da banheira inalando o cheiro dos sais de banho.
- Há quanto tempo se conhecem?
- Uns dezessete anos. Eu tinha um ano quando o Sr Mennone começou a fazer negócios com a família Porziano e Fabrizio Porziano tinha três anos.
- Suas famílias são amigas? Isso é ótimo, senhorita, seu pai aprovaria esse romance.
- Mas não há romance algum Dona Fausta. Como eu disse, nós somos amigos e é melhor deixar de conversa, eu preciso terminar o banho.
Depois de um tempo ouvi a porta do quarto abrir e fechar; estava sozinha. Dona Fausta havia ido cuidar da própria vida e isso sim era ótimo.
Pesquei uma toalha para os cabelos e vesti o roupão lilás. Tudo é mais fácil quando Fabrizio está por perto e até mesmo eu sou alguém mais fácil se de conviver. Bacco deveria estar dando pulos internos de alegria. Hoje, realmente, ele teria folga. E a folga seria do meu humor sempre um tanto feroz e tenaz.
Um lindo vestido verde com renda branca na bainha me esperava sobre a cama e para completar, um sapato de verniz fora devidamente limpo e separado para a ocasião. No mínimo, eu ficaria como uma criança de cinco anos. Encontrei um All Star jeans e isso me pareceu bem melhor do que os sapatos de menininha e em quinze minutos eu estava pronta descendo a escada, que levava aos salões amplos, de dois em dois degraus.
Passei por alguns estudantes veteranos e esses me lançaram olhares surpresos e divertidos. Hoje seria um dia peculiar e nem risinhos ou comentários tiraria a minha felicidade em vê-lo.
Parado embaixo do arco principal do Grande Salão de Visitas estava meu eterno menino Fabrizio Porziano. Vestindo uma calça jeans clara, blusa pólo branca, um jaqueta de couro preta e uma basqueteira preta clássica. Ele estava cursando Direito em Yale - Estados Unidos - e há dois anos não nos encontrávamos.
Ele todo era uma extensão minha e vê-lo causava o mesmo efeito que o mar em meus pés.
Deixei-me observá-lo até que seus olhos encontraram os meus e, seus braços se abriram em ansiedade para que eu fosse ao seu encontro. Esse dia seria. no mínimo, um sábado perfeito.
**
No meio do salão, cercados por todos os tipos de olhares estavam o rapaz e a sua menina. Abraçaram-se demoradamente até que os sons das conversas ficaram distantes e só puderam ouvir um estômago a reclamar.
A menina era eu e era o meu estômago reclamando por comida.
**

13 Comentários:

Bele B. comentou:

com certeza vou ler as outras partes !
perfeeito!

Unknown comentou:

Obrigada Bele!

Tati Tosta comentou:

Bom, muito bom.
Só não gostei da ultima frase. Precisa dar uma revisada na ortográfia também... Mas gostei.

Esperando mais.

Grande Beijo

Unknown comentou:

Tati, eu já li esse texto umas cinco vezes e não consigo ver esses erros. me fala onde estão? Sério mesmo... quado eu escrevo fica difícil achar o erro pq meu cérebro ler a palavra corretamente.mas obrigada por ler.!

GiovannaMoser comentou:

ooi bell, desculpa a demora, mas olha fiz um outro modelo pra ti ver:
http://anothersmallhobby.blogspot.com/

o que acha?

Emanuella Casado comentou:

eu li e tbm não vi erros.
adorei o cap
:*

Bill Falcão comentou:

Quem gosta de escrever vai se aprimorando a cada dia. Quanto mais escreve, melhor fica. Parece que é o seu caso. Ler bons livros também é muito importante. Ajuda a escrever bem.
Bjooo!

Monique Premazzi comentou:

AI MEU DEUS DO CÉU, NÃO FAZ ISSO COMIGO NÃO OK? BEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEELLL, TENHA PIEDADE DA SUA AMIGUINHA, SIM? COMO VOCÊ PARA LOGO AGORA? EU QUERO MAIS! NECESSITO DE MAIS, PORQUE CADA VEZ ESTÁ MELHOR ESSE CONTO [A]

p.s: selinhos pra você lá no blog ok?
xx

GiovannaMoser comentou:
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Deyse Sales comentou:

lindo :)

Isadora Beatriz comentou:

Dona Fausta é uma fofa :P
Como você é má fazendo isso comigo, quero a continuação viu!

beijos, continue assim, está ótimo!

Violeta comentou:

preguiça de ler agora, mas juro (ok, prometo) que lerei todas as partes c:
daqui a pouco.

se cuida :*

Cíntia comentou:

Adorei! *-*
Sou louca por contos assim...
Ficou muito bom, vc escreve muito bem!
BjxX

 
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