Inequações.

“Pronta.” – digo baixinho na esperança que a multidão não escute.
“Pronta?” – eu pergunto sem esperar resposta dos que me cercam. Respiro para tomar coragem, ergo o nariz para me fazer de forte; mas esse amontoado de gente sufoca e, essa neblina espessa de odores que não dispersa!
É a minha vez, eu sei. Porém faz falta a sua mão na minha e o seu olhar benevolente que diz que eu posso tudo se prosseguir.
“Pronta.” – é a sua voz sem corpo dançando ao meu lado e como antes, entendo que o meu tempo acabou. Não há como deixar de ser senhora de mim e ainda assim, permito-me desaparecer em espírito e ir ao seu encontro. Como se eu fosse a velha chuva do nosso primeiro e último verão e não, esses meus olhos castanhos.
Permito-me te abraçar na escada e me perder em palavras do jeito que sempre foi. E repleta dos bons momentos destilo o soro feito dos meus amores sobre o mundo. Sorrindo, sou tudo...
Beijo o veneno letal dos meus sonhos e escrevo para te fazer lembrar o que não se pode esquecer.
A caligrafia sai torpe, trêmula e sem os enfeites de menina que rabisquei em carta para ti; sai insegura e medrosa feito os mil pares de olhos que me tornam prisioneira deste lugar.
Os fatos são os mesmo de uma semana atrás, a compreensão é que é infinita para que a deixe comigo.
“Pronta!”. E de longe é possível ouvir o grito, o meu. Porque é inútil querer silenciar mente como a minha e, ainda mais insano querer parar coração feito o meu.
E aos poucos tudo vira pó, e o ar livre das verdadeiras mediocridades circula em paz.
Pois pouco importa quem somos hoje, já que somos, desde a antiguidade, quem sonhamos sermos.


- a chuva para fazer amar.


Para eu não deixar muita saudade. Só Deus sabe quando volto a postar. Um feriado ótimo para vocês já que eu vou passar estudando Cálculo.

6 Comentários:

Unknown comentou:

As palavras lançadas ao mar imenso e inquieto que somos, estendendo a bóia que nos há de salvar mais uma vez, oferecendo a ração humana essescial, cuja mistura (sonhos, memórias, nomes, cheiros, lágrimas, calor) encurtará a distância entre o passado, o futuro e o presente, para que possamos refazer a roda (de novo e de novo) e cirandar com o que a vida é, e pronto.

Unknown comentou:

Nossa Elis, que belas foram as suas palavras...

Monique Premazzi comentou:

Eu sinto falta de ler seu blog sempre. Seus contos brilhantes e tão viciantes ): Ainda tenho esperança que você volte como antes, mas tudo bem, eu sei esperar.

Amei esse texto. Estar pronta para encarar tudo que a vida apresenta é ter coragem e isso nem sempre é facil de ter.

FELIZ PASCOA!
Beijinhos s2

Cynthia Brito comentou:

Olá Rebeca.
Vim desejar uma boa páscoa para você! Que o verdadeiro sentido dessa festa não se perca por entre os ovinhos de chocolates!
E, também, queria muito conversar com você, portanto lhe add no orkut. É algo importante, mais precisamente, um convite.

Grande beijo!

Caroline comentou:

que delícia de texto. Para mim, certamente, foi uma das melhores escritas sua que já li.

Naia Mello comentou:

é bem parecido com aquela coisa do que se dane não é você que paga minhas contas! Sempre vai ter aquele que vai falar mau da gente, mas o que importa é o quê você pensa de você.

 
Licença Creative Commons
O trabalho About My Truth - Sobre As Minhas Verdades de Rebeca C. Souza foi licenciado com uma Licença Creative Commons - Atribuição-NãoComercial-SemDerivados 3.0 Não Adaptada.
Com base no trabalho disponível em http://bell-aboutmytruth.blogspot.com.br/.
Podem estar disponíveis autorizações adicionais ao âmbito desta licença em https://www.facebook.com/aboutmytruth